domingo, 12 de setembro de 2010

(...) Estar ali quietinho do lado.

O verão estava em seu ápice e uma enorme onda de calor espalhara-se por toda a cidade. Era quase como um forno gigante. E mesmo, com a sensação térmica tendo chegado a um ponto insuportável, havia um tremor em seu corpo, como se todo ele pulsasse mais ferozmente; chacoalhando todos os seus membros, proporcionando-lhe um desequilíbrio físico que de tão intenso, abalara também seu emocional.
Suas mãos...jamais estiveram tão frias, e a medida que ele se aproximava, os pelos de seu braço eriçavam ainda mais. As borboletas nos estômago mais pareciam uma manada de elefantes desejando se libertar - deviam estar tentando fugir por sua garganta, isso justificaria o fato de não conseguir falar - Não via estrelas nem fogos de artifício. Nada podia desviar sua atenção dele! Não ouvia o badalar dos sinos, mas estava encantada com a melodia do vento bagunçando a ele os cabelos; E no tremer do seu corpo havia um dançar embalado pelo som dos passos dele. Freneticamente, entrou e êxtase quando ele sorriu, e tudo em volta pareceu dissipar-se.
Deve ter cambaleado um pouco - talvez inconscientemente de propósito - pois viu que eles estendera os braços e em instantes a envolvia.
Não disseram nada, apenas permaneceram ali, juntos um do outro perdidos na profundidade de seus olhares. Nem sequer tocaram-se os lábios - Há certas horas que só o que se deseja é a mão no ombro, o abraço apertado, ou mesmo o estar ali quietinho do lado - E era isso que ela queria agora, estar ali com ele, idealizara este momento tantas vezes. E era só isso que ela queria!
Não sentia mais o tremer de seu corpo, como se subitamente uma tranqüilidade à houvesse inundado...e de fato inundara. Toda ela ainda pulsava ferozmente, mas agora metade dela era ele por isso dividiam esse pulsar; O que tornava as coisas mais equilibradas - fisicamente - Mas era só isso que ela queria...

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